Colado nas paredes estriadas
(que a Lua está cheia e
as persianas meio abertas)
navegas nas sombras repetidas
do meu quarto.
esqueço que Janeiro é frio
e que a noite entrou em nós:
estendo a mão para o telefone.
como se tivesses lugar-onde
e tempo para ser afluente
nesta minha obscuridade.
descubro que não há olhos
no teu rosto e
o frio é só
um limite na ponta dos dedos.
amanhã
dar-te-ei o longe o esquecimento
direi das sombras
as formas
e do silêncio
o bocejo
que o há-de quebrar.
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