domingo, 21 de março de 2010

Desnorte

pedes-me um poema

em que te fale do amanhecer

que nele se sinta o sol

a tocar-nos

que juntos possamos sentir

o nascer do dia

e que não esqueça

uma brisa fresca

ah e uma névoa espraiada

sobre o vale


pedes-me um poema

a mim que anoiteci de repente?!

guardarei os versos sincopados

que me inscreves na alma

quem sabe a teu lado

voltarei a amanhecer


buscando as palavras

encostar-me-ei no teu peito

até chegar o sol do meio-dia

e as sombras dizerem do sul

o desnorte do meu querer.

2 comentários:

  1. Que escrita escorreita e bonita!

    "pedes-me um poema
    a mim que anoiteci de repente?!"
    lindo, muito lindo mesmo!

    Cumprimentos

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  2. Obrigada, João, pela sua generosidade. Ando a retirar uns papéis da "gaveta" e vou colando aqui.

    Um abraço.

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