e eu pergunto:
a noite tem mãos?
a noite vive – eu sei
sopra-me os cabelos na testa
grita alto as dores que me vivem
para eu não esquecer
depois estende a meu lado
o bolor com que me deito.
o Sol adiou o silêncio das gentes
e o orvalho foge das ervas dos meus atalhos.
ressequidos já os ecos dos meus sonhos.
e insisto:
que mãos vazias tem a noite
que nada me deu?!
CSC, Julho de 1985
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