Quis pegar-te mas mãos, tu não estavas e eu sabia, só não queria lembrar. Fui pondo rótulos bonitos em tudo quanto não sei dizer.
“Despem-se as árvores”, eu sei, “e foi o sol quem se perdeu”, mas descubro nesses dias as minhas ausências.
Sem pena.
“Dá-me as mãos”, diria, “e serei um pouco mais”.
Mas tudo isso é ainda medo e ainda pudor.
“Dá-me as mãos”. Sim, mas quero ser muito mais.
O meu tempo é este, tu sabes, não o posso perder. Hei-de um dia encontrar as palavras que agora não.
Virão ter comigo quando me olhares olhando por mim.
Setembro. 1993
Sem comentários:
Enviar um comentário